1
O discurso como dito,
A realidade o axioma,
O caminho que se toma,
Que a verdade distorça,
Com atitude de força,
É preciso quem a doma.
2
Já firmaram conceito,
Massa crítica que exulta,
Achando que catapulta,
Direito a exterminação,
Se há falhas na criação,
O animal não tem culpa.
3
Só falam destas raças,
Como bestas carniceiras,
Porque como feras presas,
Assim mesmo são criados,
Num canil abandonados,
Para uso de suas defesas.
4
Quando foge ele ataca,
E dizem não saber como,
Quem vive nesse abandono,
É um cachorro que morde,
E preciso que se concorde,
A culpa é do próprio dono.
5
Também age como fera
Quem vocifera na mídia
Desfiando sua perfídia
Ousando chamar maldade,
Contra a suas verdades,
Considerando desídia.
6
Existem tantos casos,
Que o mau trato sobressai,
Como um cavalo que sai,
O dia todo na carroça,
E cansado já não possa,
É forçado até que cai.
7
Horas a fio no serviço,
Magro com sede e fome,
É preciso que se tome,
A defesa do animal,
E mais uma vez esse mal,
É culpa do próprio homem.
8
Tudo isto dificulta,
Inda é mais prejudicado,
Por ser discriminado,
E considerado capricho,
Quando se trata dum bicho,
Agredido e infensado.
9
Há quem insurgente,
Suas defesas tomem,
Contra fatos que assomem,
As atitudes debalde,
Nas agressões covardes,
Cometidas pelo homem.
10
Tem gestos de caridade,
Que o homem pode fazer,
Seus semelhantes atender,
Em todas as suas carências,
Com atos de providências,
Que os bichos não podem ter.
11
Outros por isto mesmo,
Não ignoram latidos,
Que os tem compelido,
Seguir essa direção,
Voltando sua atenção,
Para os bichos desvalidos.
12
Se existe algum assassino,
Que deseja como um tolo,
O extermínio como socorro,
Ditando opróbrio aranzel,
Externando todo seu fel,
Contra raças de cachorros.
13
Esse é o meu mundo,
Que talvez não seja o seu,
Vejo muitos como eu,
Que sabem usar sua energia,
Pra salvar e ver alegria,
Num bicho que quase morreu.
Borralho
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